Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne ascartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe a não ser pelo
que ele conta ao amigo nessas correspondências , que vive entre a apatia e o
entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de
viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.
As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as
descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas
alucinantes e a eterna vontade de se sentir “infinito” ao lado dos amigos são
temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de
amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos
sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas
cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou
imaginário.
Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem
em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um
personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista
que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe
quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar
do mundo.
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